sábado, 15 de janeiro de 2011

BOMBARDEIO VIRTUAL





Vivemos a era dos bombardeios virtuais, ideológicos, filosóficos, tecnológicos, publicitários, sensuais, eles são letais e desestabilizam comportamentos e estruturas psicológicas humanas e sociais. Eles são intercambiados e facilitados pelos meios de comunicação de massa hodiernamente. Traduzindo, vivemos em plena era do mass cult ou da cultura de massa, de uma indústria cultural de utópicas ideologias de mercado, do escravagismo tecnológico, da produção serial, onde emergem novos comportamentos humanos diante da vida, da arte, da literatura, esta última hoje acobertada por uma parafernália de folhetins cibernéticos nos sites literários, que se mesclam a relacionamentos. Em foco uma nova literatura de cordel midíatica alimentada pelo onirísmo utópico da solidão do individuo moderno acoplado ao olho mágico da Web Cam, dos celulares, dos emails, com a notória evidencia na falência dos valores afetivos. Pacotes express são ofertados nas passarelas literárias, à mercê de receitas prontas que se mesclam entre a pseudo-literatura e arremedos que envolvem até postulações pseudo-religiosas via áudio, camuflado sob objetivos literários do caçador(@)s de relacionamentos. Uma nova charge do espantalho do sujeito pós-moderno.com sua falida ética, paramentado de pseudo-colagens e apropriações indevidas de vestes alheias, descarados plágios, performances fantasmas, patchworks, numa belicosa competição por notoriedade fantasma demonstrando-se a fragilidade da personalidade perdida. Caricaturas desfilam bombeadas como balões de plástico pelo desespero da expressão de solidão e a derrocada de valores cada vez mais alimentados por interpretações niilistas do absurdo da vida, que emprega a nadificação do ente humano, sua personalidade e a vida do planeta. Para onde vamos? Ressalvando-se exceções, parece não existir mais platéia para poéticas genuínas que propugnam por uma dialética de criação e resguardo de valores.A enxurrada midiática teima e insiste na imediatividade, na escrita de uma cultura de superfície, de pacotes prontos, onde não há lugar mais lugar para reflexão porque o sujeito moderno e sua sapientude dispensa a vivencia dos bancos escolares e dedilha com facilidade o novo piano cibernético com as cômodas teclas de enter a lugar nenhum. Delete-se!

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