domingo, 9 de janeiro de 2011

O FORJADOR




Tudo condensa
o que eu não apreendo
no instante fugidio que explode o tempo
a minha incapacidade de criar fórmulas
desmorono e tudo se reconstroi fora minha vontade
para reescrever minhas pulsões de extase
não há inferno telúrico maior que das minhas sombras
sou o criador do meus demonios
o forjador da (minha) divina tragédia
quando desalinho o alinhavado
e aprisiona esse verme que se faz raiz
de probalidades dos meus extases
tudo se recria independente dos meus infernos
e das fórmulas da minha janela morta para meu desespero
o vazio se recria além dessas equações
onde recolar tudo se tudo recomeça sempre
na própria inalação que expurgo?
demiurgo do meu ego
Apolo sem Zeus
dessassossegado nos meus limites
vivo das ferveduras da condenação do ilimitado
da minha incompreensão
das espessuras das teias que urdo
onde ficou aquela formosura que regurgito?

Édito De Mira

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